sábado, 29 de maio de 2010

perto dos vinte e oito


perto dos vinte e oito sinto-me perto dos oito apenas na cabeça o carrinho estrela o chocolate top a  bola da vez a roupinha mauricinha manozinha réleszinha a menininha o menininho cadentes o pedido de estrela o terreno baldio. o córrego da vila o rio do livro o preto o branco da vida o colorido da tv do livro o verde das mangas roubadas o branco do sal o amarelo o vermelho da manga pouco comprada os insetos nos pés os bichos da imaginação as idéias pequenas do mundo grande as palavrinhas nunca faladas e então os palavrões da boca suja de café de pão chocolate molho de macarrão o sangue esparramado no chão os olhos guiados pela planície da tele visão a vida real a ficção o passado [de família gostos porradas sermões de escola espaços loiras de banheiro rejeições de polícia brinquedos balas repressões] e o  presente elencado de coisas da verdade de tudo que um dia foi e daqui a algum tempo continuará, talvez, sendo apenas ilusão.


[sei de que preciso
suspeito daquilo
que possa ser utopia
sei da ilusão sei do teor de
tudo o que me dá a emoção
sei logo sei da utopia
e então decido os passos
que dou na vida de cada chão.]


[poesia vaga
capturada no ar
de sábado
dia de expectativa
tarde de reflexão.]


[idade vai
ida de vai idade
vai idade. vaidade.]


Fábio Pinheiro


Um comentário:

  1. permaneci um tempo vazio de poesia cheio de vida atormentado de burocracia agora a sinto e percebo que não nos abandonamos, fico comovido, me ajoelho diante dela, dona de mim.

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