sábado, 19 de junho de 2010

Estrelas











A pé meu olhar nada se vai ao chão,
são tantos os tropeços,
porque no alto encontro
o mesmo céu estrelado
de um outubro passado.

As estrelas piscam sem parar
como quem dá gargalhadas.
Parecem rir de mim
ao lembrar que tu foste
numa noite de estrelas assim.


Ah Estrelas malvadas! Por que hoje?
Parecem querer provocar-me
muito além deste 12 de junho.
Eis que provocam, Estrelas,
um caminhar de tropeços
rumo ao abismo.

E sinto que não tenho a quem reclamar,
pois há muito tempo de Deus desacreditei.
E eis que assim tão tomado de fúria
só posso desejar a vós, Estrelas,
a morte há milhões de anos predestinada.

A mesma morte que a mim colocaste
como pedra de tropeço no caminho
e premeditaste nesse céu estrelado,
maldita lembrança de um outubro passado.

[Resquícios
de um doze
de junho.]


Fábio Pinheiro


"...quando as primeiras estrelas
no céu aparecem a piscar
sei que estao rindo de mim
por ainda esperar
o amor que a noite levou
pra tão longe de mim
e foi numa noite
de estrelas assim."

[Maysa]
da canção "Rindo de mim".

sábado, 5 de junho de 2010

Resquícios da pós-morte






    

Fábio Pinheiro

em 05/06/10

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Despojamento


Eliminei o excesso de paisagem
simplifiquei toda a decoração
retirei quadros flores ornamentos
apaguei velas copos guardanapos e a música
bani a inutilidade do discurso
na mesa de madeira nua
apenas dois pratos
brancos sem talheres
o banquete será a tua presença.





Ivan Barroso




"estou à busca de palavra
que diga o que senti ao ler
esse poema."