terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Ali





ali

ali
se

se alice
ali se visse
quanto alice viu
e não disse

se ali
ali se dissesse
quanta palavra
veio e não desce

ali
bem ali
dentro da alice
só alice
com alice
ali se parece



Paulo Leminski
(1944-1989)
poeta curitibano




Poema no qual Leminski brinca com o nome da poetisa e companheira Alice Ruiz.




Quando  leio Paulo Leminski
me dá vontade de escrever
mas não qualquer coisa
e sim
coisas indizíveis
que só a poesia pode dizer
coisas
que a gente não consegue esquecer
que no tempo permanecem sem nunca envelhecer.

me dá vontade de ser poeta 
do mesmo jeito que Leminski
soube ser.

(Fábio Pinheiro)


quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

poema ainda sem nome



a alma então se acalma
a palavra respira
e pacientemente constrói poesia
sobre a minha ira.




Fábio Pinheiro

09/02/10

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

bio



bio,
imprevisível como o mar
ou brando como o rio?



Fábio Pinheiro

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Dize:



Dize:

O vento do meu espírito

soprou sobre a vida.

E tudo que era efêmero

Se desfez.

E ficaste só tu, que és eterno...



Cecília Meireles

(1901-1964)



Eu amo esse poema. É bonito de ver como se consegue coisas tão profundas, tiradas da alma de uma maneira que, peculiarmente, todos nós as sentimos mas nem todos conseguimos dizer tão pouco e ser imenso como Cecília Meireles é neste poema. É tão bonito de ver que os versos além de nos ganhar os olhos, alcançam a boca e provocam a voz, ambas querem uma única coisa: saborear as palavras de Cecília como a uma fruta de beleza inigualável e sabor único.

O ator Paulo Autran recitou divinamente um dos poemas mais bonitos da grande Cecília. Vale a pena assistir ao vídeo e escutar. Afinal poesia não pode ser apenas lida (com os olhos), tem que ser salivada, comida, extravasada.


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Vestida de voz





[Fábio Pinheiro]


Com carinho à voz Bruna Caram
em 03/02/10
Assistam ao vídeo da Bruna Caram, no Canja do IG, numa interpretação de uma canção do Caetano Veloso chamada Gatas Extraordinárias. Já gravada pela maravilhosa Cássia Eller e pelo próprio Caetano. Confiram!